Conheça Adail de Camargo Vianna, presidente da ACS em 1957/58

Adail de Camargo Vianna nasceu em Campinas, em 17 de janeiro de 1909, filho de Octaviano Carlos Vianna e Gertrudes Vianna, e cedo encontrou em Santos o ambiente no qual construiria uma trajetória de destaque no meio empresarial, especialmente no universo do café. Sua atuação foi marcada pela capacidade de articulação, pela presença constante nas entidades de classe e pelo entendimento de que o fortalecimento institucional era parte essencial do desenvolvimento econômico da cidade. Essa visão ficou particularmente evidente quando assumiu a presidência da Associação Comercial de Santos no biênio 1957/1958, período em que deixou um legado sólido. À frente da entidade, recebeu figuras centrais da vida política nacional e representou a ACS em agendas internacionais, entre elas a participação, em julho de 1958, da delegação brasileira nas reuniões do Grupo Internacional de Estudos do Café, em Washington, voltadas à discussão dos preços do produto no mercado mundial. Sua liderança reforçava o peso institucional da ACS num momento decisivo para a economia santista, ainda profundamente calcada no comércio exportador.

Sua ligação com a Associação Comercial vinha de longa data. Em 1941, ocupou o cargo de primeiro secretário na diretoria presidida por João Melão, e em 1944 esteve entre os responsáveis pela inauguração e abertura da Bolsa de Mercadorias da Praça de Santos, um marco para a organização dos negócios da cidade. Nos anos seguintes, manteve presença ativa no ambiente institucional: em dezembro de 1970, era secretário do Conselho Deliberativo da ACS; no ano seguinte, assumiu a vice-presidência do mesmo conselho, então presidido por Geraldo Melo Peixoto. Esse conjunto de funções evidencia o quanto Adail era reconhecido pelos pares como liderança estável, confiável e profundamente identificada com os interesses da praça comercial.

Paralelamente, construiu sólida carreira no setor cafeeiro. Foi diretor do Centro dos Exportadores de Café de Santos e, entre 1958 e 1960, presidiu o Sindicato do Comércio Atacadista de Café do Estado de São Paulo (Sindicafé), onde apoiou iniciativas importantes, como a implantação de postos volantes de classificação de café no interior paulista. Em 1973, representou a instituição durante o 11º Seminário Internacional do Café, em torno das discussões sobre o comércio do produto nos portos de Rio, Paranaguá e Vitória. Sua identificação com o café era não apenas profissional, mas institucional: Adail transitou entre entidades, conselhos e seminários como alguém que conhecia, defendia e valorizava o papel da cadeia cafeeira na economia brasileira.

Nos anos 1950, integrou ainda o chamado Comitê de Santos, grupo de empresários articulados em prol do desenvolvimento local, sempre com a ACS como ponto de convergência. E, além das atividades diretamente ligadas ao comércio, manteve forte presença na vida social da cidade. Em 1961, foi eleito presidente do Clube XV de Santos, cabendo a ele assinar a escritura de compra do terreno da Avenida Vicente de Carvalho, onde seria construída a sede moderna do clube. Permaneceu no cargo até 1965, liderando uma das entidades sociais mais tradicionais da cidade.

Sua vida familiar foi marcada por dois casamentos. Viúvo em primeiras núpcias de Judith Almeida Pires de Camargo Vianna, teve o filho Fernando Almeida Pires de Camargo Vianna. Em segundas núpcias, casou-se com Juanita Castro de Camargo Vianna, com quem teve Flávio Castro de Camargo Vianna, Maria Helena Vianna Amaral Salles e Daisy Vianna Sabóya Salles. Deixou ainda netos e bisnetos, mantendo uma extensa e conhecida descendência.

Adail faleceu em 28 de junho de 1990, em São Paulo, aos 88 anos. O sepultamento ocorreu no Cemitério Gethsemani. A notícia de sua morte correu com o registro do que sempre o definiu: um homem profundamente ligado à praça cafeeira de Santos, protagonista das articulações institucionais que moldaram a vida econômica da cidade e lembrado, sobretudo, por sua passagem pela presidência da Associação Comercial de Santos — marca central de uma trajetória que uniu trabalho, liderança e compromisso com o fortalecimento das entidades empresariais santistas.

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