O XVIII Seminário Internacional de Café de Santos, ocorrido nos dias 18 e 19 de maio de 2010, patrocinado pelo Bradesco e pela BM&F Bovespa, com apoio da Tristão Companhia de Comércio Exterior, abordou temas significativos para o desenvolvimento do setor, desde a logística até o aumento da produtividade, a despeito da redução das áreas de plantio.
Sobre esse assunto, palestrou a professora Sylvia Saes, da Faculdade de Economia, Administração e Contabilidade (FEA) da USP. Ela participou de mesa-redonda sobre a Produção Brasileira da Safra 2010/2011, onde compartilhou dados relevantes sobre a evolução da cafeicultura nacional. Sylvia Saes revelou que, embora a área de plantio de café tivesse diminuído em 7% desde 1995, a produção e a produtividade haviam registrado aumentos significativos de 25% e 35%, respectivamente, graças, em parte, ao cultivo no cerrado.
Guilherme Braga, diretor-geral do Conselho dos Exportadores de Café do Brasil (Cecafé), complementou a discussão ao informar que, comparativamente ao censo de 2006, a área plantada havia sofrido uma queda adicional de 10%, enquanto a produção havia crescido, especialmente no norte do país. O seminário também tocou na questão da necessidade de mais irrigação devido à expansão do cultivo no cerrado.
Um aspecto interessante trazido ao seminário foi o impacto da cadeia do petróleo na economia da região, especialmente com a exploração da Bacia de Santos. José Luiz Marcusso, da Petrobras, destacou a demanda crescente por equipamentos devido à intensificação da extração de petróleo, o que sinalizava um período de investimentos significativos na infraestrutura local.
O secretário de Produção e Agroenergia do Ministério da Agricultura, Manoel Vicente Fernandes Bertone, abordou a concentração da produção cafeeira em pequenas propriedades e a necessidade de políticas agrícolas para estabilizar o setor. Ele mencionou que, apesar das adversidades, o setor privado e o governo projetavam uma safra recorde para o ano.
O seminário contou com a presença de diversas autoridades e especialistas, incluindo a então prefeita de Guarujá, Maria Antonieta de Brito, e o diretor-presidente da Codesp, José Roberto Correia Serra.
Foram discutidos também temas como o consumo mundial de café e a posição do café brasileiro no mercado Specialty. Apesar dos desafios enfrentados pela cafeicultura brasileira, como a concorrência internacional e as dificuldades de financiamento, o Seminário Internacional do Café de Santos serviu como um fórum valioso para debater questões desde a produção até a comercialização do café. Com a perda de espaço para culturas de maior rentabilidade como a soja e a cana-de-açúcar, o evento enfatizou a importância de se focar na qualidade e na produtividade para manter a relevância do café na economia nacional. A safra 2010/2011, projetada entre 47 e 50 milhões de sacas, reforçou o café como um segmento vital para o Brasil, merecedor de atenção especial no cenário agrícola do país.