I Seminário do Comércio do Café inaugura uma nova era no setor


Em 15 de janeiro de 1972, a imprensa divulgou o anúncio do I Seminário do Comércio do Café, planejado para acontecer de 2 a 4 de fevereiro no prestigiado Casa Grande Hotel, localizado no Guarujá. A iniciativa era uma organização da Associação Comercial de Santos (ACS), que preparou com meticulosidade dois pronunciamentos que refletiam as perspectivas e anseios do comércio de café na Praça de Santos. Foi estabelecido um prazo até o dia 21 de janeiro para que autoridades e participantes do evento pudessem contribuir com sugestões enriquecedoras. A participação no seminário estava aberta a todas as firmas interessadas em contribuir para o diálogo sobre o futuro do comércio de café, mediante o pagamento de uma taxa simbólica de Cr$ 100,00.

Com grande antecipação, no dia 22 de janeiro foi confirmada a presença do ministro da Indústria e Comércio, Marcus Vinicius Pratini de Moraes, que prestigiaria o evento com seu discurso de encerramento. Durante uma reunião preparatória, Caio Ribeiro de Moraes e Silva, então presidente da Associação Comercial de Santos, expressou o imenso valor que o Seminário representava tanto para a ACS quanto para o setor cafeeiro da cidade, destacando o encontro como um marco significativo. Curiosamente, o seminário coincidiria com uma importante reunião em Boca Ratton, Flórida, a qual reuniria autoridades e representantes de vários países produtores e importadores de café, demonstrando a relevância internacional do evento.

Aproximadamente 100 entusiastas e profissionais do setor se inscreveram para participar do encontro. Diversas entidades ligadas ao comércio de café, incluindo o Centro do Comércio Cafeeiro de Paranaguá, Rio de Janeiro e Vitória, além de sindicatos relevantes e a Bolsa do Café de Santos, foram convidadas, evidenciando a abrangência e diversidade dos participantes. Destacou-se também a participação ativa da imprensa, com representantes de jornais de grande circulação como Cidade de Santos e O Estado de São Paulo.

Segundo Caio Ribeiro de Moraes e Silva, a realização do seminário marcava a primeira oportunidade em 15 anos para um diálogo abrangente e inclusivo entre todos os envolvidos no comércio de café. A Associação Comercial de Santos almejava estabelecer o Seminário como um evento regular, inicialmente voltado para participantes brasileiros, mas com aspirações futuras de incluir participantes internacionais, ampliando assim seu alcance e impacto.

Em preparação para o evento, a ACS enviou convites para uma vasta gama de entidades e personalidades do setor cafeeiro, incluindo diretores de bolsas de café e representantes sindicais, ressaltando a importância do seminário.

Carlos Alberto de Andrade Pinto, presidente do Instituto Brasileiro de Café (IBC), enfatizou em um pronunciamento a importância estratégica do seminário como um fórum de debates sobre os planos do governo para o setor cafeeiro, incluindo iniciativas para aumentar a produção anual de café, ressaltando a importância do evento para a política nacional do café.

O início do seminário foi marcado por um coquetel de boas-vindas oferecido pela ACS. As sessões de trabalho e os momentos de networking foram especialmente projetados para fomentar a colaboração e a partilha de conhecimentos entre os envolvidos.

A repercussão do evento foi imediata, com destaque para o discurso do ministro da Indústria e Comércio, que enfatizou a posição central do café na economia brasileira e o sucesso do seminário. A expectativa era de que a colaboração entre o setor produtivo e o governo fosse fortalecida, com as sugestões apresentadas sendo levadas em consideração nas políticas futuras.

Em uma projeção internacional do evento, José Valle Martins e Darci Stockler viajaram a Londres em setembro para participar de uma reunião da Organização Internacional do Café, já preparando o terreno para a realização do II Seminário Internacional do Café em 1973, demonstrando a ambição e o alcance global do seminário iniciado em Guarujá.

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