O XIII Seminário Internacional de Café de Santos ocorreu entre os dias 16 e 19 de maio de 2000, na cidade de Guarujá, reunindo cerca de 550 participantes de vários países, com foco no tema “Café Brasileiro no Século 21”. A escolha do tema refletiu a intenção de destacar as condições únicas do Brasil em produzir todas as qualidades de café, conforme afirmado pelo então presidente da Associação Comercial de Santos (ACS), José Moreira da Silva.
A 13ª edição diferenciou-se das anteriores por concentrar-se exclusivamente em aspectos relacionados ao café produzido no Brasil, celebrando os 500 anos de descobrimento do país. Os temas abordados incluíram a produção, comercialização, financiamento, logística e consumo do café no país.
A abertura do evento contou com a presença do então governador do Estado de São Paulo, Mário Covas, e dos prefeitos de Santos, Beto Mansur, e de Guarujá, Maurici Mariano. Ao longo do seminário, especialistas de todo o mundo discutiram diversos aspectos do setor cafeeiro, evidenciando a importância do Brasil no mercado global de café.
Ainda durante a abertura do evento, o governador Mário Covas comprometeu-se a avaliar a possibilidade de conceder incentivos fiscais para incentivar o retorno dos armazéns de café à cidade de Santos. A concessão de benefícios tributários era um caminho sugerido pela Associação Comercial de Santos. Na época, a cidade contava com apenas três armazéns em funcionamento, uma redução significativa em comparação aos 32 que operavam 20 anos antes. Covas destacou que qualquer incentivo considerado teria que estar em conformidade com a Constituição Federal, descartando medidas que possam contrariar a lei ou incentivar a guerra fiscal entre estados.
A relevância de Santos como eixo central do comércio de café no Brasil era incontestável, com o seu porto responsável pelo movimento de aproximadamente 75% da produção nacional. Este fato, aliado à posição do Brasil como o maior produtor e exportador mundial de café e segundo maior consumidor global, sublinhava a importância estratégica dos armazéns de café na região. No entanto, a redução no número de armazéns, destacava a necessidade urgente de medidas que revigorem este setor. Carlos Domingues, do Conselho dos Exportadores de Café Verde do Brasil (Cecafé) e secretário da ACS, enfatizou a importância de reintegrar os armazéns ao cenário local para recuperar a competitividade perdida e os empregos associados, que outrora oscilavam entre 5 mil e 7 mil.
Durante o seminário, foram realizadas palestras e debates sobre a produção de café brasileiro, com foco nas perspectivas e problemas enfrentados pelo setor. Os participantes tiveram a oportunidade de explorar temas como os cafés especiais (gourmet), novos métodos de financiamento, e a chegada de investidores estrangeiros. Além disso, o evento abordou a privatização do Porto de Santos e a economia brasileira, destacando a qualidade e o consumo de café no Brasil e em mercados internacionais importantes como a Europa Continental, Escandinávia, Japão, Coreia e China.
O encerramento do seminário foi realizado pelo ministro da Agricultura e Abastecimento, Marcus Vinícius Pratini de Moraes, finalizando com um coquetel e jantar. O evento proporcionou um espaço para o encontro de exportadores, importadores, produtores e técnicos, visando debater e traçar futuras direções para o café brasileiro no século 21.
Durante o evento, a arte do renomado pintor Armando Sendin ganhou destaque especial. Residente em Marbella, Espanha, Sendin apresentou seis obras produzidas exclusivamente para uma mostra paralela ao evento, compartilhando o espaço com outros cinco artistas que, assim como ele, inspiraram-se no café para suas criações. As obras retrataram as diversas fases do café, desde o cultivo até o momento de seu consumo, utilizando como cenário para essa jornada visual locais emblemáticos de Paris, como o Quartier Latin, o Centro George Pompidou e a Praça Saint-Germain.