XIX edição do Seminário Internacional de Café de Santos discute produção, consumo mundial e estratégias para o setor cafeeiro global.

A 19ª edição do Seminário Internacional de Café de Santos, realizada em maio de 2012 no Sofitel Jequitimar, na Praia do Pernambuco, em Guarujá, reuniu 400 participantes de diversas regiões do Brasil e do mundo. O evento, sob o tema dos desafios para o crescimento da produção e exportação de café, focou no planejamento estratégico da logística para a década seguinte. Pedro Brito, então diretor da Agência Nacional de Transportes Aquaviário (Antaq) e ex-ministro dos portos, enfatizou na abertura a eficiência comparável dos portos brasileiros aos principais terminais globais, apontando os gargalos de acesso, especialmente em Santos, como uma séria barreira que necessita de soluções imediatas.

Michael Timm, então presidente da Associação Comercial de Santos (ACS), além de destacar os desafios logísticos e burocráticos, ressaltou a posição do Brasil como líder mundial na produção e exportação de café. Ele sublinhou a importância do seminário para planejar estrategicamente o futuro do setor. A presença de 18 delegações estrangeiras foi destacada, evidenciando a importância e a abrangência internacional do evento.

Durante o seminário, o vice-presidente de Honduras, Samuel Reyes Rendon, compartilhou o notável crescimento do seu país como exportador de café, salientando o papel vital do café na economia e sociedade hondurenhas. Honduras, que avançou para a sexta posição entre os maiores exportadores de café do mundo, alcançou este feito por meio de um intenso programa de incentivo e valorização da produção de café, envolvendo 110 mil famílias produtoras.

A analista internacional de café, Maja Wallengren, discutiu o desafio global de um consumo em ascensão frente a uma produção estagnada, destacando o Brasil e o Espírito Santo por seus esforços para aumentar a produtividade. Contudo, ela expressou preocupação com a volatilidade do mercado e os altos custos associados à expansão da produção.

Mudanças climáticas e pestes foram identificadas como fatores críticos que contribuiam para a dificuldade em aumentar a produção global de café. Robério Silva, diretor executivo da Organização Internacional de Café (OIC), previu uma queda na produção global de café, reforçando a gravidade dos desafios enfrentados pelo setor.

A Colômbia foi citada como exemplo dos impactos adversos das mudanças climáticas na produção de café, ilustrando a complexidade dos problemas enfrentados pelos produtores. O seminário também abordou o crescente consumo de café, especialmente em países emergentes como Brasil e China, com o Brasil posicionado como o segundo maior consumidor mundial de café e a caminho de se tornar o maior.

Roberto Antônio Thomaziello, pesquisador do Centro de Café do Instituto Agronômico da Secretaria de Agricultura do Estado de São Paulo, enfatizou a necessidade de melhorar a produtividade para ampliar a liderança do Brasil no mercado de café, associando qualidade à produtividade.

O XIX Seminário Internacional de Café de Santos concluiu-se após dois dias de palestras enriquecedoras e discussões profundas sobre produção, consumo mundial de café e estratégias para enfrentar os desafios futuros, sublinhando a importância do evento para o setor cafeeiro global.

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